Como quase todo humano no planeta, há coisas que eu gostaria de
mudar em relação a mim mesma.
Quando se trata de aparência física, eu luto com o meu peso
diariamente, eu tenho uma ponta no meu nariz que eu odeio e meu dente é
separado, tenho uma cicatriz na minha perna e algumas estrias que eu amaria que
desaparecessem.
Em uma sociedade que valoriza e busca a perfeição visual,
simplesmente existir como uma mulher com inseguranças pessoais é
particularmente desafiador.
Este Dia Internacional da Mulher, ao celebrar realizações e
contribuições de mulheres, queria trabalhar na prática do amor próprio,
aprendendo a aceitar minhas imperfeições e ganhando mais confiança. Eu entendo que quando eu aceito minhas
imperfeições desenvolvo a confiança em mim mesma e a habilidade de inspirar
confiança aos demais.
Comecei no ano passado a anotar em um papel experiências de vida
que afetaram de alguma maneira como me sinto hoje.
No ensino médio eu era muito magra sem peito e nem bunda, minha
autoconfiança era zero.
Minha família sempre foi magra e obcecada pelo corpo perfeito,
então 54 kg era muito peso.
Perdi meu primeiro namoradinho por uma garota com muito peito e
bunda.
Tinha muitas espinhas que sangravam demais nas minhas costas.
Menstruei muito cedo e com muitos coágulos, então passei algumas
vergonhas durante o ensino médio.
Algumas vezes me lembro chorando no vestiário da Educação física ou
no banheiro do colégio.
Crianças e adolescentes são muitas vezes cruéis, fazem comentários
dolorosos sobre seu peso, cabelo, altura, tamanho do peito, caminhada e muito
mais.
Tenho uma depressão significativa por acontecimentos na minha vida,
então com isso me afastei de amigos, quase não saio e minha vida se transformou
em estudo, trabalho e a companhia do meu marido, me sinto feliz assim e para
mim é um sacrifício sair, então acompanho o crescimento dos filhos das minhas
amigas pelas redes sociais e de longe vibro por cada passo ou riso destas
crianças. Vejo viagens de amigos e me sinto viajando com eles, assim meu
sentimento de proximidade acaba sendo diferente.
Entender que ser positiva sobre o meu corpo na sociedade é difícil,
então comecei a me olhar no espelho e ver as coisas lindas que eu tinha.
Imaginar finais alternativos positivos me ajudam a me sentir mais confiante. A
depressão torna tudo um pouco mais difícil, mas sigo em frente dia por dia.
A autoestima é uma luta universal, a chave para ganhar confiança é
mudar a conversa de valores que você tem consigo mesma. É uma conversa difícil,
e todas nós temos dias com pensamentos negativos.
Tento todos os dias lutar para olhar no espelho e dizer: " É
isso que você tem, você é linda por dentro, e tudo fora é puramente físico, é
material, é superficial ". A maneira como você trata os outros e a maneira
como você se conecta com os outros tem mais impacto do que qualquer outra coisa.
Amo meu humor, minha risada e como amo pessoas, isso me ajuda a superar as
coisas ruins.
Entender que nossa autoestima inicia na infância ajuda muito, pais
devem saber que a construção da confiança se inicia com os primeiros estágios
da educação, comentários e tratamentos. Pais devem ininterruptamente dizer aos
seus filhos o quanto são lindos, o quanto são valorosos, o quanto são poderosos
e inteligentes e jamais comparar com primos, vizinhos, filhos de amigos ou outros irmãos ( o mais comum). Pais devem dizer o quanto a vida é linda, mas injusta algumas vezes, preparem seus filhos para a vida adulta de forma saudável e os empodere de decisões que podem ser vitais no futuro, avisem sobre os obstáculos, dores de amor, perdas, mas também falem que seus filhos são poderosos o suficiente para ultrapassar qualquer um destes problemas com grandeza. Avisem que falhar, errar, perder é normal, que disso vem as experiências e o aprendizado.
Como recuperar seu poder?
Primeiramente não meça sua popularidade, sua autoconfiança ou sua
autoestima pelo número de “likes” que recebe nas mídias sociais. Um relatório
de 2017 publicado pela Royal Society for Public Health do Reino Unido descobriu
que as plataformas de redes sociais como Instagram, Snapchat e Facebook impactaram
negativamente a autoestima e a saúde mental das pessoas, sem importar a idade
da mesma. Eu sempre soube que eu era uma usuária frequente, mas não estava
ciente da frequência com que me envolvi com os aplicativos de redes sociais até
revisar as configurações da bateria no meu telefone.
Eu gasto uma média de 36 horas por semana olhando para o meu celular,
um terço dos quais é gasto em aplicativos de redes sociais, provavelmente
compartilhando pensamentos e fotografias na esperança de impressionar os
outros. Isso é muito tempo gasto, então parei, quase não posto nada e quando
posto não fico verificando “ likes”.
Tenho a capacidade de pesquisar e acessar tanta informação, então
pensei em usar estes momentos de forma mais frutífera, preenchendo minha alma
com as mensagens boas de meus amigos e não me comportando como uma vizinha na
janela vigiando passos de todos ao meu redor.
Enquanto isso meu espelho acaba sendo meu melhor amigo e não admito
pensamentos negativos, quando estes chegam conto até 10 ou me distraio com
outras coisas para que estes pensamentos saiam e não voltem mais.
Assim dia a dia construo minha autoestima, autoconfiança e amor
pelo que sou e pelo que tenho, não é fácil e toda construção e mudança de cultura leva tempo, as vezes anos, mas tem que ser trabalhado todos os dias.
Se você, como eu tem problemas com sua autoestima, acredite que hoje é o dia para mudar.
Se você, como eu tem problemas com sua autoestima, acredite que hoje é o dia para mudar.
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