Nestes dias estava
pensando em como é difícil nos desconectar de algo, talvez um e-mail que ficou
faltando mandar no trabalho, uma ligação ou o que temos que fazer no dia de
amanhã, até mesmo coisas de casa, como almoço das crianças, roupa para passar,
médico no fim do dia....
Você não acha que o
mundo que vivemos é cheio de escolhas? Eu escolho milhões de coisas todos os
dias e esta é uma excelente razão de não nos desconectarmos, nestes dias estava
correndo na esteira e me senti um ramster, isso mesmo, um ramster na esteira
fazendo exercício, no trabalho com horário marcado e ponto para bater, em casa
realizando todos os dias a mesma tarefa e assim vai, ramsters mentais,
trancados na nossa própria rotina e responsabilidades. Tenho certeza que muitas
pessoas que, como eu, nos desdobramos para realizar milhões de tarefas durante
o dia, irão entender o que eu tento escrever aqui. Somos escravos de nós
mesmos, tentando a cada segundo descobrir o que precisamos fazer para ter
certeza de que fazemos o melhor em tudo.
E para o assunto sexo
não é diferente. Escolhemos onde beijar, tocar, enfiar, gozar... Com camisinha
ou sem? Será que ela está afim hoje? Olha aquela sujeira no teto!!! Me depilei?
Cadê meu telefone? Dedo no cu? Sim ou não, sim ou não...Gozar dentro ou fora...
e assim vai.
Você começa a ideia e
a cabeça não para. O meu medo é que isso seja mais forte que você, nossa vida
fora do quarto está tão cheia de regra e tão corrida que estas podem se colidir
com o nosso tempo no quarto. O mundo lá fora se insinua e de repente o aumento
do orgasmo é uma memória distante substituída, quase sem se perceber, pela
lista de supermercado.
Mas acredito muito que
para tudo dá-se um jeito. O que devemos fazer é prestar muita atenção nos
nossos pensamentos, acreditar que somos donos de nosso cérebro e não escravos
dele. Acreditar nas sensações, no sexo, na vontade, na sedução e, sobretudo, no
tempo.
Por exemplo, na hora
do sexo, não pense onde sua mão tem que ir, se vai ser vaginal ou anal, gozada
dentro ou fora, deixe que as sensações tomem conta do momento, deixe de reagir
com seu cérebro, seu hormônio tem que tomar conta nessa hora.
Se mesmo assim fica
difícil, a estratégia da massagem com a venda nos olhos é infalível. Se não
visualizar os movimentos do seu parceiro você pode acalmar sua mente e
concentrar-se em seus sentidos. Com os olhos vendados tudo o que você pode
fazer é deixar-se levar e permitir que o seu parceiro pense por ambos.
Com isso você se
entregará totalmente ao momento, você e seu parceiro irão se sentir mais
próximos. Com isso o estresse diminui, a mente se desconecta por um tempo, a
sua rotina sexual se manifesta em diferentes ocasiões, você se sentirá mais
amado, apoiado e conseguirá pensar fora da caixinha nos momentos de decisões.
Vamos banir a roda do
ramster mental por alguns instantes da nossa vida, seja na hora do sexo, na
companhia de amigos, filhos, parceiro, seja no sono, no riso ou na cervejinha
do fim de tarde. Se comprometa consigo mesmo a energizar-se para o dia
seguinte.